Passeamos quase toda noitinha, despedida do sol, chegada das estrelas. Como agora moramos em condomínio com outros cachorros atrás de suas cercas, Branquinha nos acompanha sem coleira, focinho fuçante, rabinho feliz. Dalva e eu vamos vendo nuvens belamente sangrentas ou exuberantemente roxas. Depois de ganhar o dia, nada como gastar a noitinha.
Haicaipiras,
haicais tipo Pellegrini
e também zaicais, haicais
sobre a natureza humana
sexta-feira, 29 de junho de 2018
segunda-feira, 25 de junho de 2018
CASA DO HAICAI
CASA DO HAICAI
Haicaipira
As flores na beira do lago fazem pensar na loteria cósmica do nascimento. Convivi com gente que procura esquecer seu lugar de origem, e também com gente que lembra com gosto e orgulho sua terrinha natal. Quem procura esquecer, parece que resseca em amargura insanável. Quem não esquece, floresce em lembranças e gratidão. Caminhando para os setenta, cada vez mais me sinto tão cidadão do mundo quanto pé-vermelho, como a flor aí, se abrindo para o céu mas com raízes bem embebidas na terra.
sábado, 23 de junho de 2018
CASA DO HAICAI
CASA DO HAICAI
Haicaipira
Grilo se calou de susto, de medo, de ciúme do assobio do vento? Quem sabe por se achar merecedor de silêncio, como maestro dos pássaros. Aliás, porque também eles pararam de cantar? Então ouve-se o trovão, que chispou lá no horizonte e eles parece que ouviram antes do som chegar aqui. O que dirá disso a física quântica?
#HAICAI
quarta-feira, 20 de junho de 2018
CASA DO HAICAI
CASA DO HAICAI
Haicaipira
Três gansos, três versos. Nos dois primeiros, três palavras. No terceiro, duas palavras, deixando a deduzir que eram dois os gansinhos.
domingo, 17 de junho de 2018
CASA DO HAICAI
CASA DO HAICAI
Haicaipira
Mesmo quando aparentemente apenas flutuando, ganso está atento. Passa parecendo que está passeando, não, está pescando. E aquela está ali quietinha naquele canto, entretanto está procriando. Pai ganso atento, pintou estranho, avança. Ganso pra lá, ganso pra cá sem descanso. Ganso só descansa na foto.
Haicaipira
Mesmo quando aparentemente apenas flutuando, ganso está atento. Passa parecendo que está passeando, não, está pescando. E aquela está ali quietinha naquele canto, entretanto está procriando. Pai ganso atento, pintou estranho, avança. Ganso pra lá, ganso pra cá sem descanso. Ganso só descansa na foto.
sexta-feira, 15 de junho de 2018
CASA DO HAICAI
CASA DO HAICAI
Haicaipira
Foto: Dalva Vidotte
Olhe para esse céu e diga se é poente ou nascente. Xogum, o monumental romance de James Clavell, me despertou para a leitura do poente e do nascente, ritual mental da cultura japonesa, meditação requintada, esvaziar a mente vendo o céu se encher de cores e figuras. Nuvens acenando que estão chegando, nuvem em adeus se dissolvendo. Só mesmo vendo.
sábado, 9 de junho de 2018
CASA DO HAICAI
CASA DO HAICAI
Haicaipira
Presumo que os gansos se agrupam por famílias, os escuros, os brancos, os preto-brancos... Nadam impávidos, palavra que a gente sempre ouve e canta no Hino Nacional mas só agora vou verificar no dicionário, é “sem temor, destemido, intrépido, afoito”. Os gansos merecem todos esses adjetivos, pois é só eu lançar ração na água, para atrair tilápias, e lá vem eles comer. São tão tranquilos quanto insaciáveis, ficam nadando por perto, deslisando sua circulante dança, como se nem me vissem, mas é só eu jogar mesmo que migalhas na água, e lá vem eles... Vida de ganso é mistura de balé e comilança, né.
quarta-feira, 6 de junho de 2018
CASA DO HAICAI
Por puro preconceito e preguiça, durante décadas pensei que meditação tinha a ver com misticismo, então nem queria ouvir falar. Quando soube que é apenas esvaziar a mente, em nada pensar, senti como o preconceito é a maior das doenças mentais. Hoje pratico meditalavação, que é lavar louça sem pensar em qualquer coisa, dando folga à mente, essa funcionária sem descanso nem quando durmo, pois dormindo sonho e ela trabalha. Agora, com a lagoa aqui pertinho de casa, vejo como é local propício para meditação, mas eis que começo a meditar e... vem à cabeça um haicai!
sábado, 2 de junho de 2018
CASA DO HAICAI
CASA DO HAICAI
Haicaipira
É uma luta lenta das nuvens, e as lutadoras não vencem, incorporam-se nas vencidas. Em vez do sangue fácil e repetitivo do cinema, uma luminosa sanguinolência que não se repetirá. A foto eterniza, mas perde o movimento – que o vídeo capta, mas perde o momento. O poente vive morrendo.
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